O genocídio
da Armênia, também conhecido por ser o primeiro genocídio do século XX, até
hoje é lembrado pela comunidade armênia ao redor do globo, resultado de uma
diáspora forçada e triste. Quando a atual Rússia, à época chamada de ‘Império
Soviético’, decidira invadir Istambul, o próprio Império Turco-Otomano já
havia decidido enfraquecer os armênios, cristãos, de seu território. Assim como
ocorreu com um expressivo número de assírios, cristãos, e os gregos, também
cristãos. Via-se uma antiga perseguição aos cristãos que ali se encontravam.
O próprio Abdul Hamid II, último sultão do Império Turco-Otomano em meados de
1890, já havia ordenado uma sentença de captura e morte de algumas centenas de
Armênios.
Em 1908,
estipulou-se uma ação coletiva islâmica de desmilitarização dos armênios,
tornando-os fracos e assim, talvez – por devaneios do próprio autor – haveria
uma região do mundo onde o Islamismo de Maomé governaria sobre o Cristianismo
de Moisés.
Quando do
início da primeira guerra mundial, a Rússia em revolução, O Império
Austro-Húngaro em polvorosa, Gavrillo matara Francisco, e os Turcos
desmilitarizando armênios, na fronteira com a Rússia, que começava uma guerra e
precisava de militares.
Logo, como
uma desculpa plausível em torno de uma ‘revolta populosa armênia apoiada por
russos, também cristãos’, a comunidade Turca, liderada por Talaat Pasha,
iniciou uma perseguição massiva aos armênios, marcada pela captura, tortura,
prisão e morte de 600 intelectuais armênios no dia 24 de Abril de 1915.
E até que
essa triste história chegue ao seu triste fim, mais de um milhão e
meio de armênios foram forçados a caminhar por dentro do próprio território
turco, ou seja, por dentro de seu próprio território, de um mar negro a um
mediterrâneo, passando pelo deserto de Aleppo, onde hoje é o norte da Síria.
Neste percurso, mulheres foram estupradas, mortas, torturadas, os homens
forçados a ver suas esposas em sofrimento, as crianças sendo dilaceradas em um
ódio descomunal.
E isso tudo
velado. E isso tudo esquecido. E isso tudo imposto. E nem parece que em época
de aquecimento global, avanços tecnológicos e de informação, não teriam provado
que não foi praga nem miséria, que não foi força da natureza, nem foi a
Revolução Tardia que dizimou essas famílias, que separou seres unidos, que
transformou nações humanas.
Até quando
vamos negar e fugir? E até quando vamos ter assunto num mundo tão sem assunto
assim? Em época de direitos humanos, só se pratica a teoria. E
cada vez mais globalizados, um dia, uma hora, a humanidade vai perceber que não
devemos mais separar, nem sermos melhores nem piores, que não vale a pena
querer só pra si, quando querer pra gente é mais forte. Quantas minorias tornam
o todo bonito? Será que não somos um pouco de tudo aquilo que gostamos ou não?
Que tal nos vermos agora como espécies, uma espécie de animal que vive em um
mundo cinza, que depende de um ar informativo-social, que esqueceu que o seu
próximo é o seu melhor amigo? Que tal vermos que os cachorros convivem melhor
que nós? Que tal?
- Ian Lemos
- Ian Lemos