sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Armênia


O genocídio da Armênia, também conhecido por ser o primeiro genocídio do século XX, até hoje é lembrado pela comunidade armênia ao redor do globo, resultado de uma diáspora forçada e triste. Quando a atual Rússia, à época chamada de ‘Império Soviético’, decidira invadir Istambul, o próprio Império Turco-Otomano já havia decidido enfraquecer os armênios, cristãos, de seu território. Assim como ocorreu com um expressivo número de assírios, cristãos, e os gregos, também cristãos. Via-se uma antiga perseguição aos cristãos que ali se encontravam. O próprio Abdul Hamid II, último sultão do Império Turco-Otomano em meados de 1890, já havia ordenado uma sentença de captura e morte de algumas centenas de Armênios.

Em 1908, estipulou-se uma ação coletiva islâmica de desmilitarização dos armênios, tornando-os fracos e assim, talvez – por devaneios do próprio autor – haveria uma região do mundo onde o Islamismo de Maomé governaria sobre o Cristianismo de Moisés.

Quando do início da primeira guerra mundial, a Rússia em revolução, O Império Austro-Húngaro em polvorosa, Gavrillo matara Francisco, e os Turcos desmilitarizando armênios, na fronteira com a Rússia, que começava uma guerra e precisava de militares.

Logo, como uma desculpa plausível em torno de uma ‘revolta populosa armênia apoiada por russos, também cristãos’, a comunidade Turca, liderada por Talaat Pasha, iniciou uma perseguição massiva aos armênios, marcada pela captura, tortura, prisão e morte de 600 intelectuais armênios no dia 24 de Abril de 1915.

E até que essa triste história chegue ao seu triste fim, mais de um milhão e meio de armênios foram forçados a caminhar por dentro do próprio território turco, ou seja, por dentro de seu próprio território, de um mar negro a um mediterrâneo, passando pelo deserto de Aleppo, onde hoje é o norte da Síria. Neste percurso, mulheres foram estupradas, mortas, torturadas, os homens forçados a ver suas esposas em sofrimento, as crianças sendo dilaceradas em um ódio descomunal.

E isso tudo velado. E isso tudo esquecido. E isso tudo imposto. E nem parece que em época de aquecimento global, avanços tecnológicos e de informação, não teriam provado que não foi praga nem miséria, que não foi força da natureza, nem foi a Revolução Tardia que dizimou essas famílias, que separou seres unidos, que transformou nações humanas.

Até quando vamos negar e fugir? E até quando vamos ter assunto num mundo tão sem assunto assim? Em época de direitos humanos, só se pratica a teoria. E cada vez mais globalizados, um dia, uma hora, a humanidade vai perceber que não devemos mais separar, nem sermos melhores nem piores, que não vale a pena querer só pra si, quando querer pra gente é mais forte. Quantas minorias tornam o todo bonito? Será que não somos um pouco de tudo aquilo que gostamos ou não? Que tal nos vermos agora como espécies, uma espécie de animal que vive em um mundo cinza, que depende de um ar informativo-social, que esqueceu que o seu próximo é o seu melhor amigo? Que tal vermos que os cachorros convivem melhor que nós? Que tal?




- Ian Lemos

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